domingo, 22 de janeiro de 2012

Animes No Brasil

Correndo Atrás: Outro Mundo, Outros Conceitos

Não é de hoje que a cultura japonesa vem, aos poucos, invadindo o mundo.
Na década de 80 e 90 os animes ou desenho animado japonês invadiram nosso país com grande força.

Uma febre entre os milhares de adolecentes da época, que estavam atrás de algo diferente ou mais animador.

Foi nessa época também que milhares de pais fizeram duzias de abaixo assinados contra as redes Manchete, Bandeirantes (Band), SBT, Record e Globo, bom na verdade eram pedições “exigindo” a inturrupção daqueles programas “nocivos” a mente de seus filhos (Perai! Cadê o poder deles como pais de pegar uma cinta e descer na bunda dos filhos?!?!?! E sim, sou a favor de umas palmadas e cintadas. Ajudam a formar o carater. Ajudaram a me manter 90% na linha).

Agora um fato muito engraçado relacionado aos pais dessa época: quando eles eram crianças ou mesmo adolecentes se reuniam todos nas casas uns dos outros para assistir os seriados mais legais da época: Jaspion, Ultraseven, Ultraman, Patrulha Estelar Flashman, Jaspion 2, entre outros. Aonde está a piada?

Bom, são todos seriados japoneses.
Mas continuando. Vou usar muitas das minhas experiências com meus pais em alguns momentos, então desde já desculpem qualquer lapso (por que vai haver pelo menos um).

A TV Manchete foi sem dúvida alguma o paraíso para muitos fãs (chamados no Brasil de “Otakus”, para nós significa fã de anime, mas no Japão tem uma conotação pejorativa... falemos disso mais tarde).

Foi atráves dela que muitas séries chegaram ao Brasil e mesmo depois de sua extinção continuaram famosas a ponto de outras emissoras comprarem (eu assisti um ou dois episodios de Cavaleiros na Manchete quando tinha uns quatro anos, por acidente mas assisti).

Já naquela época tinhamos a censura de certas cenas, muito embora segundo fãs da época com quem já conversei não fosse metade do que é hoje.

Record, Band, SBT e Globo se arriscavam no mesmo caminho da Manchete, mas havia uma diferença grande com relação a audiência quando o assunto era animes.

Depois que a Manchete fechou os fãs tiveram que se contentar com as outras emisoras.

Não foi fácil.
A Globo sempre adorou ser a “Mademe Certinha” e com isso censurou muitos animes na tesoura mesmo.

O SBT é a emissora “chove não molha” que uma hora passa um programa em um horario outra hora em outro.

E a Band... sorte de quem a TV pegava a Band  no horario certo. O mesmo sendo valido pra Record.

Muitos fãs ao ouvirem menção de um anime na TV aberta tremem de medo. Se a série passar no SBT, Record ou na Band ainda alivia o medo, mas quando é na Globo todo mundo chora de tristeza e, principalmente, panico.

Sei que estou soando exagerada, mas imagine que você aconpanhou uma série X pela TV a cabo ou pela internet. Então anunciam que essa mesma série passará na TV aberta, só que em determinada altura você repara que por comodidade da faixa etária do horario eles simplesmente editaram QUATRO episodios inteiros de VINTE E CINCO à TRINTA minutos por que era muito violênto, tinha muito sangue para UM ÚNICO episodio de VINTE MINUTOS.

Pois acreditem, a Globo fez isso com uma série chamada Rounin Kenshin ou Samurai X no Brasil. A Globo pode não admitir, mas quem acompanhou a axibição dela e assistiu a versão original sabe que é verdade.

A Band passou uma série chamada Slayers durante alguns dias para “tapar buraco” da programação depois das 23 horas. Acredite quando digo, a série foi feita para esse horario, não cabe em nenhuma hora antes dàs 20hs e depois dàs 6hs.

Vai parecer engraçado o que vou dizer, mas não é.
No Japão cada série tem um horario na programação e não é por acaso.

Algumas séries tem cenas com mais violência que filmes americanos (aonde corpos dilacerados com partes de órgãos humanos e muito sangue aparecem), ou com cenas de sexo explicito que são mostradas com mais detalhes que alguns filme pornos.

Outras são mais leves mas ainda se encaixam em séries adultas ou que precisam de supervisão.

O que as emissoras, o governo e a própria população não entendem é que uma série animada não precisa ser pra criança (South Park só tem palavrão e os personagens são fofos a primeira vista).

Se você passa uma série americana ou uma novela brasileira com cenas de sexo ou de violência só depois
dàs 20hs por que vai passar um anime com o mesmo conteudo às 10 horas da manhã? Pra editar e deixar infântil? Então não exiba o anime. Ou melhor, nem compre os direitos de exibição.

Infelizmente nenhum fã tem essa sorte e as emissoras não parecem dispostas a exibir um anime como um programa independênte e também não parecem muito propensas a criar uma programa de exibição de animes vilentos no horario adequado só nos resta mesmo os fansubers (sites de fãs para fãs que faz a legenda de episodios dos animes para que não seja necessário esperar sua licença de exibição no Brasil).

Mas vamos deixar as emissoras de televisão cuidando de suas “boas imagens” (não vamos mexer no defunto pobre que tá fedendo).

Em meio a todas as diferenças entre as duas culturas os animes trouxeram outras mudanças no que diz respeito ao bairro japones de São Paulo.

Se você vai no bairro da Liberdade, em São Paulo, em um domingo vai cruzar com um número de ocidentais quase igual ao de orientais por lá.

Seja nos mercadinhos, lojas, restaurantes, shoppings galeria ou no metro.

Inclusive na saída do metro na Praça Liberdade é normal encontrar um grande número de jovens reunidos aos sábados e domingos, sendo que de cada 20 pessoas com quem você cruzar nesse ponto existe a grande possibilidade de 10 serem ocidetais sem nenhuma descendência oriental.

Lá também é possível assistir a animes que são exibidos em lojas que vendem DVD's de diversas séries.

Sendo assim, um único passeio pelos shoppings de de galeria outro meio de conhecer mais animes e pontos da cultura japonesa.

Lá também tem lojas de camisetas estampadas na hora, roupas orientais, comidas e mercados com os mais variados produtos japoneses.

A maioria dos fãs usa fansubers ou o bairro da Liberdade para adquirir e encontrar novas séries. Por que é a única forma de achar as séries sem censura, mesmo com o audio em japones e legendado (admito que gosto disso).

Atualmente com o mercado brasileiro de animes tão destruido e pobre para os fãs seja nas redes de TV aberta como nas fechadas se não houvessem os fansubers e as lojas da Liberdade poucas séries seriam realmente conhecida no Brasil em sua versão animada.

Apesar de tudo isso o Brasil ainda é reconhecido no mercado de animes por um detalhe muito importante e apreciado pelos fãs: a Dublagem.

A dublagem brasileira é considerada a segunda melhor do mundo em termos de animes e as vezes supera muito a dublagem japonesa original em termos de qualidade de sincronismo.

Mas não é uma categoria muito reconhecida no Brasil (apesar de todo mundo gostar de filmes legendados por comodidade).

Fontes para esse arquivo: Revista Anime DO; Revista Neo Tokyo; minhas visitas ao bairro da Liberdade; conversas com fãs; conversas com meu pai (falando das séries antigas que ele assistia) e mais alguma coisa que esqueci.

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